Eventos

 
 

VI Congresso IberoAmericano de Filosofia

Verdade, Justiça, Liberdade. Perspectivas plurais da Filosofia

Porto, 23-27 de Janeiro de 2023

 
Programa e resumos: www.spfil.pt/6-congr-iaf-2023
 
 
 
 
 
 
 

Programa: coloquiointercongresofm2022.blogspot.com/2022/05/programa-definitivo-del-iii-coloquio.html

 

Ver Programa: 8_Congress_SOFIME_2021_Program_Final.pdf (685236)

 

Ver vídeo: www.youtube.com/watch?v=0Jwk75A_nBs

Ver programa do eventoProgramação_.pdf (0)  

 

 

 

 

 

 

 

Vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=jET-akWnaEI&feature=youtu.be

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

Vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=01EhNz-ArSI&list=PLyTy3vvAlXXmgPNFVeLcxfOUanQ-W9ks3

 

 

 

  

 

Ver Vídeos:

 

https://youtu.be/cXaoq3ZNM9U

https://youtu.be/sZM9uMgik9Y

https://youtu.be/pG0PIWs5ej8

https://youtu.be/u1OPIP_L5XA

https://youtu.be/Sw123dj_joY

https://youtu.be/_bsiIeKVFKU

https://youtu.be/uTGx7C2UYZw

https://youtu.be/Clf5DfzsVHc



 

Cartaz

 
 

Mesa de Testemunhos: Manuel do Carmo Ferreira, Joaquim Cerqueira Gonçalves, António Pedro Mesquita, Aires Augusto do Nascimento, Manuel Ferreira Patrício, José Esteves Pereira e António Braz Teixeira.

Desdobrável

 

Ver vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=q4dGwdtXCTQ

https://www.youtube.com/watch?v=7Is9c_-qY70

https://www.youtube.com/watch?v=0BL7A5_vgoo

 

 

 

Ver site:

https://uvb2013.wordpress.com/

 

 

 

 

 

 

 

 

PEDRO GALVÃO (CFUL)

A probabilidade de Deus

Resumo

O universo, pelo que ficámos a saber graças aos avanços na física cosmológica, está minuciosamente afinado para a existência de vida racional. Isto significa, por exemplo, que o seguinte parece ser verdade a respeito de várias constantes físicas: se estas tivessem assumido valores ligeiramente diferentes, nunca poderia ter surgido alguma vez vida racional, nem sequer outras formas de vida.

A afinação minuciosa do universo motivou um novo argumento teleológico a favor da existência de Deus. Os seus defensores sustentam que esta aumenta significativamente a probabilidade da perspectiva teísta. Há, porém, uma forma de dar conta da afinação minuciosa que dispensa a existência de qualquer afinador inteligente: admitir que o nosso universo é apenas um entre muitos universos.

Defenderei que, dada a afinação minuciosa em causa, deveremos inferir que a disjunção «afinador ou multiverso» é efectivamente muito provável. Para justificar a opção por uma das hipóteses disjuntas em detrimento da outra, ambas as partes envolvidas neste debate filosófico têm invocado o critério da parcimónia. Argumentarei que este critério, devidamente entendido, coloca em vantagem a hipótese do afinador — o qual, no entanto, não tem de ser identificado com Deus.

 

 

 

 Maria Leonor L. O. Xavier 

 

PROVIDENCE

The believer’s faith and the philosopher’s diffidence

 

Abstract

 

Two main motivations prevail in my paper: on the one hand, the intellectual interest in speculation about the idea of God, as a crucial subject in Western thought; on the other, the spiritual experience of believing, as much as of non-believing, in divine providence, as theistic religions teach. It is not impossible for philosophical speculation about the idea of God to disagree with the belief in divine providence. Our aim here is to discern a personal approach to the question of harmony or disharmony between a philosophically admissible idea of God and the belief in a provident God.

In a first moment, we consider the relation of priorities between the question of God’s existence and the question of God’s providence. God’s providence only takes place when God’s existence is accepted. So the question of God’s existence is given priority. Though carrying within it the atheistic hypothesis, the question of God’s existence has raised up the speculative enterprise of proofs for God’s existence, for apologetic purposes in the three main Western monotheistic religions, but also as the expression of the influence of philosophy, which remained a living tradition inside the various religious monotheisms, and in which a revealed God could be strange to reason. Generally, such proofs, by themselves, do not require the admission of a provident God. However, among such proofs, we pick one that argues for God’s provident existence, in paradoxical agreement to the proposal of one of the most sceptical thinkers of the late Middle Ages, William of Ockham, who thought it would be easier to argue that God exists as a conserving cause of his effect, the world, and that lasts at least during the conservation of his effect. This conserving God has not to be only one nor eternal, but does not exist other than as a provident God. This idea of God, philosophically defensible, is the starting point we choose to put the question of God’s providence: does it extend to each individual, or does it only provide for the conservation of the world as a whole? Is divine providence a particular kind of providence or just a global one?

Actually, the faithful do only believe in a particular providence of God. Therefore, we consider, in a second moment, the belief in particular providence within the spiritual path of faith. The belief in providence would not have taken place, if human beings had not a painful awareness of their precarious condition. The belief in providence responds to this awareness of human life’s uncertainty and finitude. The first motivation for that belief is to grant our wellbeing and even the satisfaction of our worldly wishes. As we become aware of the selfishness of this belief, we try to purify it by bringing the care with the others’ wellbeing to our prayers. But our belief will increase even further if, instead of expecting favours from divine providence for us or for others, we expect nothing at all, and just want to do God’s will. When we replace our will by God’s will in the belief in particular providence, our faith is purified of all selfishness. Then faith is to give oneself up unconditionally, leading to sacrifice, to martyrdom, even of our beloved, as Kierkegaard points out through the afflicted path of Abraham taking his son, Isaac, to sacrifice. This is the path of perfection for faith, started by the belief in the particular care of a provident God.

But philosophy does still have questions to ask.         

 

Joaquim Gonçalves

Licenciando em Filosofia, FLUL, 2010

Resenha crítica

 

Apesar da prioridade da prova existencial de deus na tradição teológica e filosófica, coloca-se a questão de saber se uma qualquer concepção de deus é indissociável da sua qualidade de providência. A providência divina, enquanto entendida num sentido amplo, como criação e participação de algum modo no mundo dos humanos, ou entendida em sentido mais estrito, concretizada através do acto dialógico da fé particular. O que entendemos por irredutível é a constatação de ao crente criado, estar sempre reservado o estatuto de transgressor, por outras palavras, manter uma dívida de criação. O movimento entre os termos desta relação, criador e criado, deus e obra, causa e efeito, só é possível graças à concepção antropomórfica que encerra, quer em quantidade, quer em qualidade, seja da existência ou da providência. Ora, se “E deus fez o homem à sua imagem e semelhança”, ao homem importa a necessidade da prova da sua existência porque decorre da necessidade da sua providência, em última instância, de participação no divino. Aqui, temos a considerar os diferentes tempos da participação no divino. O tempo primordial e originário, no qual o homem se supôs divino, quando experimentou a eternidade e a ausência de dor. O tempo presente da transgressão, de incerteza e salvação, de finitude e dor, tempo de mediação. O tempo futuro, momento de eleição e de regresso à condição eterna de participação efectiva no divino. À filosofia interessa o presente divino do homem, dar prova da sua existência e providência, isto é, da necessidade do homem na crença de uma vida divina. A questão pertinente é pois, saber se a possibilidade e justificação da existência deus resulta intrínseca da necessidade precedente de uma qualquer providência. Em relação ao segundo momento enunciado por Maria Leonor Xavier, a constatação de ao crente importar a providência particular de deus, como assento do percurso espiritual da fé e resposta à consciência fáctica da incerteza e da finitude da vida humana. Assim e desta forma, a motivação primeira do crente é a obtenção pessoal de bem-estar e satisfação de desejo mundano. A tomada de consciência do egoísmo desta pretensão, conduzirá por sua vez, a uma conduta crescente de purificação, através da demanda da providência para os outros, e em posterior momento, disso prescindir, quando em perfeita sintonia da sua vontade própria com a vontade de deus. Ora, uma vez presumida a investigação dos diferentes momentos da conduta da fé, que pode resultar em actos de fé de extrema irracionalidade como o sacrifício ou a emulação de um familiar, julgamos maior dificuldade ao tentar compreender o momento intermédio através da concepção de “egoísmo” e do estado de “purificação”, porque pressupomos tributário da justificação enunciativa interna do próprio acto de fé. Apresentamos alguns traços de perspectiva. O homem só tem conhecimento do desígnio de deus quando inscrito no relato privilegiado de alguns intérpretes, e é através desta mediação que emerge a crença e a fé no dogma. A vontade de deus, o mesmo que a normativa do relato bíblico, delimita inexoravelmente o percurso do crente, a motivação é profética e salvífica. O suposto acto dialógico da fé particular, a possibilidade de acesso directo a deus resulta a todo o momento reduzida à intranquilidade que decorre de um monólogo ou solilóquio, que nunca efectiva qualquer providência ou comunicação, o que, por contraste irredutível com a facticidade dialógica das demais relações, converge no absurdo, o teste sempre provisório da fé. O crente particular recorre então à semelhança e identificação do mesmo acto nos demais outros crentes, para seu conforto, assentimento e justificação. O estado psicológico do crente é de permanente culpa e transgressão, perante um deus que tudo sabe e tudo vê, e porque, sem a providência efectiva da sua demanda e sem a cumplicidade intrínseca a qualquer comunicação, o crente experimenta a impessoalidade particular que resulta na perca total de intimidade. O percurso da fé, quando gradativo na alienação das demais relações dialógicas, quando tributário da linearidade da metáfora bíblica redunda na “purificação” conclusiva da fé particular, de carácter discursivo monocórdico, em estados mentais obsessivos e psicóticos, onde a ausência da racionalidade crítica é crescente e poderá culminar em actos de extrema e injustificada violência humana. Em última instância, o “egoísmo” é final, pleno e totalizante, identificando-se com o próprio deus. Julgamos que a frase atribuída a Aristóteles sumaria exemplarmente o percurso de uma fé particular em deus: “Um homem sozinho, ou é uma besta ou é um deus”. Para tanto basta as evidências dos exemplos no percurso da humanidade.

    

 

 

 

 

 

 

 

 No ano do 9º centenário de Anselmo de Cantuária (c. 1033-1109) o Gabinete de Filosofia Medieval publica com as edições EST de Porto Alegre a obra de José Maria da Costa Macedo, Anselmo e a astúcia da razão. No lançamento da obra, o GFM organiza um encontro de homenagem ao trabalho docente e filosófico de José Maria da Costa Macedo.

São convidados todos os que queiram associar-se a esta homenagem (colóquio e/ou jantar).

COLÓQUIO (SALA 106)

14h30 | Abertura do Encontro
Profs. Doutores Luís Alberto Marques Alves (Conselho Directivo, FLUP), Maria Cândida Pacheco (Presidente do GFM), Sofia Miguens (Directora do DF), José Meirinhos (Presidente do IF)

14h45 | Comunicações
José Meirinhos (Universidade do Porto) - Ser pensar ensinar
Maria Manuela Martins (Universidade Católica, Porto) - Em torno de Plotino e da sua importância para a Filosofia Medieval
Maria Leonor Xavier (Universidade de Lisboa) - Guilherme de Ockham e a ratio Anselmi: a reverência de um crítico

17h30 | Comunicações
José Maria da Costa Macedo (Universidade do Porto) - Racionalidade e súplica. Análise das orações de Anselmo
Maria Cândida Pacheco (Universidade do Porto), Apresentação da obra de J.M. Costa Macedo, Anselmo e a astúcia da razão, Ed. Est, Porto Alegre, 2009.

20h00 | Jantar de homenagem*

*(Hotel Ipanema, Rua do Campo Alegre)

 

 

 

 

 

JOÃO BRANQUINHO (UL)

A Existência não é um Predicado de Ordem Superior

Resumo

A minha tese negativa é a de que a concepção de Frege e Russell do predicado de existência como umm predicado de ordem superior está profundamente errada e deve ser abandonada (mesmo relativamente a afirmações gerais de existência, por exemplo "Mamíferos voadores existem"). A minha tese positiva é a de que, no contexto do discurso de primeira ordem, o predicado de existência pode e deve ser invariavelmente visto como um predicado de primeira ordem e a existência como uma propriedade de indivíduos (pace Kant, Hume, Frege, Russell e outros). Todavia, partilho duas suposições importantes com a tradição associada a Frege e Russell: (a) Não há objectos não existentes; (b) O conceito relevante de existência é melhor capturado pelo quantificador existencial da habitual lógica de predicados.

 

 

 

 

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Maria Leonor L.O. Xavier

mxavier@edu.ulisboa.pt

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